FRESTA POÉTICA
Infantojuvenil

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MENSAGEM DO AUTOR

Quando escrevo, sinto a liberdade da alma fluir com suavidade no mundo de sonhos.

A sensibilidade de sintetizar palavras e expressar o pensamento

é como um bailar de recordações e ilusões, na chama do viver.

JANELA DA INFÂNCIA

Sergio Diniz Barros Guedes

Por essa janela imagino

as coisas que deixei

de fazer quando menino.

De educação requintada,

tiva uma linda infância

hoje perdida na distância ...

Infância que a lembrança invadir,

deixa uma imensa saudade

no recordar que recompensa.

Hoje sou a sombra do passado,

hora aberta, hora fechada,

através da linda lua viajo

não imaginar ... Lindo sonhar ...

LEMBRANÇAS AFLORAM

Sergio Diniz Barros Guedes

O tempo passou tão depressa,

quanta coisa se foi!

Quanta coisa para lembrar!

Até gosto de contar,

as peripécias do meu viver,

um dia também conto a você...

tudo passou tão depressa

na lembrança afloram

os momentos de alegria,

os momentos da minha historia,

com muita luta, com muitas vitorias.

Fico sorrindo, revendo o namorar,

as aventuras de um jovem

tímido namorador...

ah! Quanto amor

tive para dar e receber,

quantas coisas carrego na memória,

saudade... tempo bom!
Não volta mais.

PALHAÇO ATREVIDO

Sergio Diniz Barros Guedes

O palhaço atrevido

disse que não era

mais menino

e no circo foi trabalhar.

Chegou ao picadeiro

e começou a chamar,

as crianças que foram

para apreciar.

Todas foram

para o picadeiro brincar

e os adultos

ficaram a olhar,

os meninos e meninas

com o palhaço a rodar.

LEMBRANÇAS DE MARAGOGIPE

Sergio Diniz Barros Guedes

Ah! Meu tempo de menino,

onde brincava atrás dos Ternos, cantando!

“A lavagem de hoje é do Padroeiro,

Deus me dê saúde e muito dinheiro”.

E assim, acompanhava a multidão,

onde todos quase afinados,

cantavam e dançavam.

“Pé dentro pé fora,

quem tiver pé pequeno,

vá embora”.

Eu, o pequeno menino,

orgulhava-me,

daquilo que era meu,

daquilo que era nosso,

Festa de São Bartolomeu,

faltar eu não posso.

Passávamos pelas ruas das cidades,

arrecadando pessoas.

Era uma alegria danada!

A moçada gritava e cantava,

“Eu vim pra Bahia, êta,

encontrei a Sinhá Tiburcia, êta,

com sua saia rodada, êta,

em cima da Sinhá Tiburcia, êta.

Maravilhado olhava para as bandeiras

onde estava escrito,

o nome do Terno nos panos,

orgulho de todos Maragogipanos.

A PIPA MALUCA

Sergio Diniz Barros Guedes

Olhei para o céu

e vi uma pipa,

mas que dica!

Vou pedir

sem dia da criança,

uma pipa maluca

que faça upa!

Quero fazê-la

beijar o chão

e que volte

para o céu

quando eu puxar

o cordão.

Que faça pirueta

e que seja capeta!

Valente como a gente.

SEM MENTIRA

Sergio Diniz Barros Guedes

Por que mentir?

Mentir, sempre fica

por aqui,

tem pernas curtas

e encurta

a alegria de viver.

Logo descobrem você,

que mentiu

e não sorriu,

se sorrir,

não tem graça,

logo se nota,

a lorota...

TEMPOS DE CRIANÇA

Sergio Diniz Barros Guedes

Aguardava ansioso,

a chegada do circo na cidade

para alegria de velhos e também da mocidade.

Era festa!

Os palhaços em cima de pernas-de-pau

pareciam regentes de orquestra,

gritavam.

- Hoje tem espetáculo?

Tem sim senhor

- Ás oito horas da noite?

Tem sim senhor

- Alegra moçada?

Eh!

- Alegra moçada?

Eh!

E assim,
seguíamos atrás dos palhaços rua afora,

gritando a toda hora.

Era alegria geral

descontração total

os palhaços jogavam confetes

distribuíam balas

eram verdadeiras vedetes.

Sabiam nos alegrar

ao mesmo tempo faziam a propaganda

do circo que acabou de chegar.

SONHO DE MENINO

Sergio Diniz Barros Guedes

Adormeci no encanto de menino,

voando aos ventos

nas aventuras

das belezas do mundo.

Uma ilha! Uma grande árvore!

Tudo justificando o encanto

pelo sentimento da curiosidade.

Imagens lindas ...

paisagens fugitivas ...

justificáveis na alegria

da linda exploração do desconhecido.

O pensamento desbravador,

de imagens coloridas

com um largo sorriso,

uma calmaria encurta a distância

ao imaginar peixes coloridos

na rede do velho pescador.

Sobre o plátano,

vejo imagens entre as folhas caídas,

documentando o verão

ao som do gorjear

dos lindos pássaros.

A VÍRGULA DO AMENDOIM
Sergio Diniz Barros Guedes

Amendoim,

é amendoim,

torradinho, quentinho,

quem vai querer,

amendoim,

é amendoim.

Assim vai o menino,

sozinho,

com sua cesta,

seja noite ou dia,

vai andando, gritando,

mundo afora,

amendoim,

a toda hora.

SURPRESA

Sergio Diniz Barros Guedes

Ao abri a torneira,

notei que ela cantou

igual um passarinho!

Tudo é possível

na natureza,

no encontro

da magia e beleza!

É a água passarinho,

passarinhando na torneira,

cantando...

A LIBÉLULA
Sergio Diniz Barros Guedes

A libélula do amor!
Pelo caracol
se apaixonou!
Os filhos vão precisar
de motor
para decolar.

MEU GATO BRANCO
Sergio Diniz Barros Guedes

O meu gato é manhoso ,

faz ronrom a todo instante
e é muito curioso ...

tem o pelo macio
é esbelto e charmoso.

Adora passear
e no meu colo deitar,
só falta falar.

Toma água na torneira
e na caixa faz a sujeira,
não deixa ninguém olhar,
puxa a areia para tapar.

O meu gato branco
chama-se preto,
tem olhos azuis,
e é muito lindo!

As pessoas em seu pelo
gostam de passar a mão,
ele se deita de patas para cima
e mostra seu coração ...

A LUA DO MENINO
Sergio Diniz Barros Guedes

Na minha praia nua
aprecio a beleza da viçosa lua.
O meu imaginar revela
no abrir e no fechar
da minha janela.
Chega o passar da infância
na busca do que se foi
na distância...
o luar banha-se
nas lindas águas do mar,
enchendo-me saudades,
o coração aperta, bate ligeiro,
e em meus olhos invade...
a beleza é intensa!
A toda lembrança compensa,
invade o sorriso de menino...
brota tudo que ali imagino,
quero ser o dono da lua
a quero como é, totalmente crua,
quero aquecê-la em meus sonhos
e fitá-la sempre
com meus olhos tristonhos.